Justin Hammons é cofundador e Diretor de Crescimento da The Principle 6 Cooperative, uma plataforma digital de propriedade dos membros, projetada para tornar a cooperação entre cooperativas mais fácil, mais inteligente e escalável. Estrategista criativo com mais de 25 anos de experiência ajudando organizações movidas por missão a crescer por meio de narrativa e inovação, Justin traz ao movimento cooperativo tanto visão quanto praticidade.
GICS: O que te anima ao participar do GICS 2025, e como a Principle 6 pode aproveitar ao máximo essa oportunidade?
Justin Hammons: Honestamente, o que mais me anima é o espírito desta reunião. O GICS reúne pessoas que acreditam que cooperação não é apenas um modelo de negócio — é uma maneira melhor de organizar o mundo.
Para a Principle 6, é uma chance incrível de mostrar, não apenas de dizer, como a cooperação digital pode funcionar na prática. Estamos usando este encontro como um laboratório vivo — um espaço para experimentar, aprender e conectar com pessoas prontas para construir o futuro da colaboração conjuntamente.
GICS: O que motivou a criação da Principle 6, e qual desafio no mundo cooperativo vocês estão enfrentando?
JH: A ideia realmente nasceu de uma conversa com Howard Brodsky, que disse algo que ficou comigo:
“Cooperativas são boas em colaborar internamente, mas muito menos em colaborar umas com as outras.”
E foi essa centelha.
A Principle 6 foi criada para mudar isso — para tornar a cooperação entre cooperativas mais fácil, mais prática e mais visível. O desafio que estamos enfrentando é simples, mas gigantesco: como pegamos o espírito de cooperação que nos move e o escalamos globalmente, usando ferramentas, dados e tecnologia compartilhados que o movimento realmente possua?
GICS: Como a Principle 6 coloca os valores cooperativos em prática?
JH: Gostamos de dizer que a Principle 6 é os princípios cooperativos tornados digitais.
Ela é construída como uma cooperativa — possuída e governada por seus membros. Tudo o que desenvolvemos, desde nossas ferramentas de colaboração até nossos sistemas de IA, é projetado para refletir valores cooperativos: transparência, controle democrático, preocupação com a comunidade e educação.
Mas mais do que isso, trata-se de viver o 6º Princípio — cooperação entre cooperativas — de uma forma muito concreta. Não estamos apenas falando sobre isso. Estamos construindo a infraestrutura que o torna possível.
GICS: Como a International Cooperative Innovation Network e a Principle 6 poderiam colaborar para difundir e amplificar o modelo cooperativo globalmente?
JH: Eu acredito que somos duas faces de uma mesma moeda. A Rede de Inovação é sobre ideias, colaboração e liderança visionária — e a Principle 6 pode ser a plataforma para compartilhar e explorar essas ideias.
Juntos, podemos conectar o “e se” ao “como fazer”. A Rede pode trazer ideias ousadas e globais; a Principle 6 pode se tornar o espaço comum digital onde nossa colaboração coletiva se transforma em projetos vivos, dados compartilhados e comunidades sustentáveis que continuarão a construir impulso muito depois do encontro.
Nossa colaboração pode tornar a inovação no mundo cooperativo não apenas inspiradora, mas também prática, repetível e escalável.
GICS: O que os participantes podem esperar vivenciar durante o experimento ao vivo da Principle 6 no GICS?
JH: Isto não será uma sessão típica. Não haverá uma longa apresentação PowerPoint seguida por aplausos educados.
Transformaremos o espaço em um laboratório vivo de cooperação. Os participantes entrarão em um dos três grupos de colaboração digital — focados em Advocacy, Cooperação entre Empresas ou Soluções de Apoio — e de fato usarão a plataforma Principle 6 para cocriar ideias juntos.
Iremos testar, em tempo real, a ideia de colaboração digital.
É dinâmico, participativo e um pouco experimental — no melhor dos sentidos.
GICS: Olhando além do Congresso, como você vê a Principle 6 moldando o futuro da cooperação global?
JH: Se fizermos isso bem, a Principle 6 poderá se tornar o tecido conectivo do movimento cooperativo global — um lugar onde conhecimentos, ideias e dados fluem livremente entre cooperativas de todo o mundo.
Vejo um futuro onde cooperativas não apenas compartilhem valores, mas compartilhem inteligência — onde inovação local se transforme em aprendizado global em tempo real.
Nosso objetivo não é substituir as relações que tornam este movimento especial — é fortalecê-las. Dar a todas as cooperativas as ferramentas, visibilidade e voz de que precisam para trabalharem juntas e gerarem um impacto maior no mundo.